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Jesus caminha conosco

maio 08, 2011 Add Comment

No Evangelho encontramos dois discípulos desanimados e tristes com a morte de Jesus, caminhando no trecho de Jerusalém a Emaús, comentando um com o outro tudo o que acontecera na semana anterior. Não compreendiam sua morte, mas não podiam negar seus milagres. E enquanto conversavam Jesus Ressuscitado aproximou-se e juntou-se a eles na caminhada, mas eles não o reconheceram. Jesus havia prometido: - Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu Nome, Eu estarei no meio deles (Mat.18, 20).

Como a distância entre Jerusalém e Emaús era cerca de 11 km concluímos que a conversa foi bem longa, até chegarem a uma hospedaria onde pretendiam passar a noite. Jesus deu a impressão de que ia seguir mais adiante, mas eles forçaram-no a parar e convidaram-no a cear com eles. E Ele entrou e ceou com eles. Quando Jesus benzeu o pão e deu a eles, foi que O reconheceram, mas Ele desaparecera.

Esta belíssima passagem do Evangelho nos leva a meditar que, também hoje, profecias se cumprem e que não devemos demorar em crer em tudo o que os profetas disseram. .A maioria dos homens se inquieta pelas coisas exteriores, sem perceber que Jesus segue ao nosso lado, conduzindo nosso planeta e as nossas almas frágeis a Emaús de nosso destino, de nossa libertação espiritual.

Também nós nos portamos assustados, inseguros, como se desconhecêssemos as Escrituras e suas previsões para o presente e os tempos futuros. A íntegra do capítulo 24 do Evangelho de Mateus fala com clareza das profecias relativas aos dias hoje vividos e das coisas que vem ocorrendo no mundo, como os terremotos e tsunamis no Japão e nas regiões leste e sul do nosso país.

O episódio dos discípulos a caminho de Emaús dá-nos a confiança de que o Bom Pastor, segura e suavemente, conduz o indócil rebanho e haverá de levá-lo ao divino redil, que é, em verdade, o Reino de Deus, a que se refere, sem que uma só ovelha se perca.

O Evangelho deste 3º Domingo da Páscoa poderá ser bem vivido entre jovens que partilham coisas comuns, preparando o caminho, assessorando outros jovens que necessitem de ajuda para superarem angústias ou vícios, ensinando-os que o melhor modo de reconhecer Jesus é ouvir e praticar sua Palavra e assistir o "partir do pão", isto é, a Missa. A sagrada Missa de sempre, fazendo com que, enraizados em Cristo, eles sejam gratos para com aquele que lhes inflamara o coração.

Ao longo dos domingos, somos convidados a seguir no caminho de Emaús, a entrar na Casa da Palavra e a montar a tenda que nos abre à intimidade com Deus. Não tenhamos receio de entrar e erguer uma tenda, uma pausa breve que nos esclareça acerca do segredo e da glória de Deus. Queremos despertá-los para a experiência de um chamado e só desperta para o chamado quem ouve atentamente esse chamado.

Os jovens representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos missionários de Jesus. É o desafio a percorrer a via de Emaús segundo os mesmos sentimentos de Jesus Cristo (Fl 2,5).

Com criatividade pastoral somos chamados a apresentar e testemunhar Jesus Cristo como resposta às angústias e aspirações mais profundas das pessoas. Trata-se de anunciar e testemunhar o mesmo Jesus de Nazaré que caminhava com seus discípulos escutando, dialogando e orientando, no caminho de Emaús. Há esperança no caminho! Ardia nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho (Lc 24,32). 

Raul Monteiro

fonte: Jornal Voz de Nazaré

Jesus ressuscitou! É a vitória da vida sobre a morte.

Jesus ressuscitou! É a vitória da vida sobre a morte.

abril 24, 2011 Add Comment

Maria Madalena que seguia Jesus em suas caminhadas e acompanhou todo o martírio daquele que a libertou e a amou de uma forma nova, diferente e ainda esteve ao pé da cruz, estava angustiada.

Para ela a ausência de Jesus e a Lei que impedia atividades aos sábados era uma tortura e ela desejava ir ao túmulo onde Jesus fora sepultado. Nem esperou o domingo amanhecer e, ainda de madrugada, vai e encontra o túmulo aberto e vazio. Não encontra o Senhor.

Ninguém esperava a Ressurreição. Para os discípulos, a Cruz era o fim da esperança, a maior desilusão possível. Se somarmos a isso o fato que todos os Doze traíram Jesus (ou por dinheiro, ou por covardia), podemos imaginar o ambiente pesado entre eles naquela manhã do domingo. É nesse instante que chega Maria Madalena com a notícia de que o túmulo estava vazio.

Pedro e João correm para o Sepulcro e constatam que realmente está vazio e vêem as vestes que cobriam o Senhor, abandonadas. Essa constatação foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi registrada por eles. João afirma em sua 1ª epístola: - O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam, isto atestamos (1 Jo 1,1-2). Eles não entenderam o que houve, mas, "viram e creram. Esse foi o primeiro passo para o reconhecimento da Ressurreição, uma vez que, segundo a lei, duas deveriam ser as testemunhas (Dt 19,15).

Neste domingo iniciamos o Tempo Pascal, a grande festa Cristã, que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo, o maior acontecimento da história. Pelas suas chagas e sua morte fomos curados; pela sua ressurreição entrou a Salvação no mundo. A Igreja e todos os fiéis cristãos se alegram, cantando as Aleluias do dia da ressurreição.

Se a ressurreição de Jesus não tivesse ocorrido, a mensagem do Evangelho não estaria completa, pois é a partir da ressurreição que se fortalecem as demais doutrinas básicas da fé cristã.

Assim, a ressurreição é a vitória de Cristo sobre a morte, mas é também a vitória da Igreja Católica Apostólica e a vitória de todos os homens de fé, em todos os tempos, evento que fortaleceu a crença na imortalidade da alma e na vida eterna.

Com um relato completo da palavra inspirada de Deus, junto com a visão histórica que foi escrita pelos homens, é impossível a humanidade negar a ressurreição do Nosso Senhor. Ainda assim há os que negam este fato e é alarmante saber que há muitas pessoas que acreditam na ressurreição, mas falham em perceber a sua importância.

E como Jesus agüentou a tentação e superou o pecado vivendo acima do pecado (1 Pe 2, 22-23), e como por meio de um homem o pecado chegou neste mundo trazendo a morte (Rm 5,12), quando foi crucificado Ele teve que superar este obstáculo, e, colocado no túmulo, no terceiro dia voltou conquistando a morte e demonstrou que nenhuma força na terra poderia impedi-lo de derrotá-la. (1 Cor 15, 26).

Hoje, quando olhamos para o mundo ao nosso redor, é fácil não acreditar na vitória da vida sobre a morte. Há tanto sofrimento e injustiça - guerra, violência, corrupção endêmica, saúde e educação sucateadas, destruição desenfreada do meio-ambiente, sem falar de desastres naturais com terremotos e tsunamis! Só uma experiência profunda da presença de Jesus-Libertador no meio da comunidade poderá nos sustentar na luta por um mundo melhor, com fé na vitória final do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado.

Que a mensagem da Ressurreição, da vitória da vida sobre a morte, nos anime e dê força, especialmente quando a Cruz pesar muito em nossas vidas. 

Raul Monteiro

fonte: Jornal Voz de Nazaré

O comentário à Palavra

O comentário à Palavra

abril 10, 2011 Add Comment

Na semana passada, forneci ao leitor-internauta o endereço de um site que distribui, gratuitamente, em dez idiomas, o Evangelho do dia. O site é www.evangelhoquotidiano.org e, junto com o texto sagrado, vem um comentário. Julguei oportuno, esta semana, publicar um exemplo daquilo que anunciei, a fim de que, quem não tem internet, possa ter a dimensão da beleza de um serviço gratuito, que ajuda a divulgar a Palavra do Senhor.

O Evangelho que vamos ler, neste domingo, fala da atitude de Jesus, diante da morte de seu querido amigo Lázaro. O texto sagrado é apresentado por São João e o comentário que o site oferece vem assinado por São Pedro Crisólogo (406 ?-450), bispo de Ravena, Doutor da Igreja. Ele foi publicado na obra Sermão 64, PL 52, 379 (a partir da trad. da col. Ichtus, vol. 12, p. 279 rev.), com o título "Então Jesus começou a chorar". Este é comentário:

"Ao ver Maria chorar, e os judeus que a acompanhavam a chorar também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-Se". Maria chora, choram os judeus, o próprio Cristo chora. Crês tu que sentem todos a mesma tristeza? Maria, irmã do morto, chora porque não pôde conservar o seu irmão nem afastar a morte; por mais que estivesse convencida da ressurreição, a perda do seu único amparo e a ideia da sua cruel ausência, mais a tristeza da separação inevitável, fazem-na desfazer-se em lágrimas que ela não consegue suster. Por muito grande que seja a nossa fé, a implacável ideia da morte não pode deixar de tocar-nos e transtornar-nos; por isso, choravam também os judeus, porque se lembravam da sua condição mortal e desesperavam da eternidade. Nenhum mortal pode deixar de chorar perante a morte.

Mas qual destas tristezas foi a de Cristo? Nenhuma? Então porque chora Ele, que dissera: "Lázaro morreu, [...] e Eu estou contente"? E eis que derrama lágrimas como os mortais Aquele que, ao mesmo tempo, derrama sobre eles uma vez mais o Espírito que dá a vida! Assim é o homem, irmãos, que tanto sob o efeito da alegria, como da tristeza, desata em lágrimas. Cristo não chorou por causa da desolação da morte, mas por causa da lembrança da alegria, Ele a cuja palavra, à Sua palavra, ressuscitarão os mortos para a vida eterna (Jo 12, 48). Como podia Cristo chorar por fraqueza humana, quando o Pai que está nos céus chora o filho pródigo, não quando ele sai de casa, mas quando regressa (Lc 15, 20)? É por isso que Ele permite que Lázaro morra, para que, ao ressuscitá-lo, se manifeste a Sua glória; permitiu que o Seu amigo descesse à mansão dos mortos para que Deus aparecesse e o resgatasse dos infernos. 

João Carlos Pereira, jcparis@orm.com.br

O cego de nascença e a Luz de Deus

O cego de nascença e a Luz de Deus

abril 03, 2011 Add Comment

Evangelho do 4º Domingo da Quaresma
João 9, 1-41  

No 4º Domingo da Quaresma o Evangelho relata que Jesus encontra um cego de nascença e os apóstolos perguntam-Lhe: - Quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?  Jesus lhes respondeu: - Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele se manifestarem as obras de Deus. Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite em que ninguém pode atuar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.

Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu os olhos do cego com a lama e disse-lhe: - Vai, lava-te na piscina de Siloé, que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e então o cego que nunca viu passa a enxergar.

Assim, nesse maravilhoso milagre de Jesus, cumpriam-se também as profecias sobre Aquele que viria, e daria vista aos cegos, audição aos surdos e fala aos mudos. Aquele que faria paralíticos andar e mortos ressuscitar. O tão esperado Enviado de Deus que resgataria o seu povo.

A cura milagrosa que Jesus efetuou a esse cego de nascença, igualmente despertou a indignação dos inimigos de Jesus com respeito a esse milagre. Os fariseus, que se consideravam superiores a outros, exclusivistas no reino de Deus, rejeitam Jesus como o Messias todo-poderoso, como o Filho de Deus e Salvador; rejeitam igualmente o milagre da cura efetuada ao cego, bem como o próprio cego.

Ainda hoje, muitos, quantos até mesmo entre os que se denominam cristãos, se identificam intimamente com os fariseus do tempo de Jesus. Muitos não reconhecem seu estado de pecadores perdidos e condenados, não sentem a necessidade de um Salvador em suas vidas; continuam em trevas espirituais e rumando para a perdição eterna.

O cego do Evangelho é um símbolo de todos os homens e mulheres que vivem na escuridão, privados da 'luz', prisioneiros dessas cadeias que os impedem de chegar à plenitude da vida.

Os inimigos de Jesus apresentam traços da verdadeira cegueira, que realmente afeta o ser humano e o destrói - a cegueira espiritual. Não reconhecem a enfermidade que os corrói; não vêem necessidade de cura de seu mal e rejeitam o Único que lhes pode curar, Jesus Cristo.

A missão de Jesus é aqui apresentada como criação de um Homem Novo.

Deus criou o homem para ser livre e feliz; mas o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, dominaram o coração do homem, prenderam-no num esquema de 'cegueira' e frustraram o projeto de Deus. A missão de Jesus é destruir essa "cegueira", libertar o homem e fazê-lo viver na 'luz'. Trata-se de uma nova criação.

Assim, da ação de Jesus irá nascer um Homem Novo, libertado do egoísmo e do pecado, vivendo na liberdade, a caminho da vida em plenitude.

A cura do cego de nascença nos toca de perto, porque em certo sentido todos somos cegos de nascença. O próprio mundo nasceu cego.

Ver é um milagre, só que não lhe damos atenção porque estamos acostumados. Eis aí então que Deus às vezes atue de forma repentina, extraordinária, a fim de sacudir-nos de nosso supor e tornar-nos atentos. É o que fez na cura do cego de nascença e de outros cegos no Evangelho.

O cego do Evangelho crê; adora o Salvador Jesus, testemunha do seu grande amor. O amor de Jesus fez nascer no coração do ex-cego uma resposta: gratidão, adoração e testemunho.   

Que Deus continue nos enriquecendo com a sua graça de modo que possamos também responder ao Seu amor com a nossa vida de gratidão, serviço e testemunho. 

Raul Monteiro, raulmont_72@hotmail.com

fonte: Jornal Voz de Nazaré

Jesus entre os samaritanos

Jesus entre os samaritanos

março 27, 2011 Add Comment

Evangelho do 3º Domingo da Quaresma
João 4, 5-42

A liturgia do 3º domingo da Quaresma trata do diálogo realizado entre Jesus e uma mulher samaritana à volta do "Poço de Jacob", situado na cidade samaritana de Sicar - a atual Askar.

Jesus e seus discípulos estavam viajando e chegaram à cidade de Sicar, na região da Samaria. Jesus, muito cansado da viagem, sentou-se perto do poço de Jacob, enquanto os discípulos foram comprar comida.

Uma mulher samaritana veio tirar água e Jesus pediu-lhe: - Pode dar-me um pouco d'água?

Não havia nada demais em que Jesus dissesse a uma mulher "Dá-me um pouco d'água", pois Ele tinha sede da água que refresca o corpo. Mas a reação da samaritana foi de surpresa. Ele, um judeu. Ela, uma samaritana.

Os judeus desprezavam os samaritanos por serem uma mistura de sangue israelita com estrangeiros e consideravam-nos hereges em relação à pureza da fé em Deus e os samaritanos retribuíam aos judeus com um desprezo semelhante.

A samaritana ficou insegura com a atitude de Jesus, porque já tinha incorporado a tradição: judeus e samaritanos não se falavam.

Jesus quebra o seu papel de judeu e obriga a mulher a se questionar na sua situação de samaritana. Ele não vê nela simplesmente uma samaritana, Ele quer que ela descubra que Ele não é simplesmente um judeu, mas o Dom de Deus capaz de dar água viva.

Jesus propõe uma água que corre e não uma água parada. Isso é o dom de Deus, o próprio Jesus.

E Ele diz à samaritana: - Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva. A samaritana, então, replicou: Senhor, não tens com que tirá-la e o poço é fundo. Donde tens, pois, essa água viva? És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos?

Jesus lhe responde: - Quem beber desta água tornará a ter sede, mas o que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, tornando-se nele uma fonte de água, jorrando para a vida eterna.

Ouvindo isso, a samaritana mostrou-se ansiosa para receber o que Jesus oferecia, porém ela não consegue entender que Jesus não estava falando sobre água real, mas da vida eterna, a qual é muito mais importante do que água para beber ou comida para comer.

- Senhor, dá-me dessa água para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir mais aqui buscar água, pediu a mulher,

Quando ela lhe pediu da água viva, Jesus atendeu-lhe o pedido. Ele expôs o seu pecado para que ela desejasse a salvação.

-Vai, chama teu marido e voltem aqui, - mandou Jesus.

Não tenho marido, - respondeu a mulher.

Falaste bem, pois já tiveste cinco, e o que tens agora não é teu marido - falou Jesus.  Ele provocou a mulher para reconhecer o lado escuro de sua vida.

Quando Jesus mostrou o seu pecado, ela não tentou se defender, nem ficou brava. Desmascarar o pecado é uma parte fundamental do encontro com o evangelho. A mulher ficou admirada de como Jesus a conhecia bem. Reconheceu que Jesus era Deus. Quando ela percebeu que ele era profeta, quis saber onde adorar.

Ela não teve preconceito a ponto de não crer em Jesus quando ele lhe mostrou quem era. Ela voltou a casa e disse aos vizinhos: Venham ver o homem que disse tudo o que eu fiz. Será que Ele é o Messias? Vamos lá - eles disseram.

Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram em Jesus por causa das declarações da samaritana em seu testemunho e pediram-lhe que ficasse com eles. E Ele ficou lá dois dias. Então muitos outros creram Nele por causa das suas palavras. E diziam à mulher: Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo. 

fonte: Jornal Voz de Nazaré