Padre Idamor da Mota Jr
Um dos grandes desafios pastorais de nossa realidade atual diz respeito à evangelização dos jovens. Tal dificuldade não é própria da época atual ou de uma determinada época em particular. Sempre houve e haverá desafios para se buscar essa evangelização junto aos jovens, porém nota-se hoje em nossa sociedade o aumento gradativo desses desafios por fatores diversos que afetam nossa sociedade e de maneira particular as famílias.
Aqui e ali veem-se esforços para buscar atrair os jovens à Igreja com propostas das mais variadas. Muitas iniciativas são produtivas e válidas quando bem direcionadas e estruturadas numa proposta séria e madura de evangelização onde mostra-se ao jovem aquilo que é a essência da proposta cristã: a experiência pessoal com Jesus Cristo, sem o disfarce de uma ideologia que desfigure a verdade de Cristo e sua Igreja.
Em nossa realidade de Igreja encontramos muitas propostas de evangelização e carismas, especialmente dos movimentos e novas comunidades que, com seu apelo particular, usam de muitas estratégias para fazer com que o jovem descubra o amor de Cristo em sua vida e de certa maneira sinta-se parte integrante de uma comunidade - seja ela paroquial ou não - onde o mesmo possa servir com amor e dedicação. A verdade é que o jovem, pela sua essência, gosta de desafios e quando desafiado por uma proposta séria e consistente baseada no Evangelho ele a abraça com entusiasmo e compromisso.
Em minha experiência particular com jovens em uma comunidade juvenil percebi o quanto a seriedade da proposta evangélica é capaz de levar os jovens a assumir um compromisso sério e duradouro com Cristo e sua Igreja. Dentre as diversas atividades que podem ser oferecidas aos jovens aquela que se destaca é a atividade da caridade junto aos mais necessitados. Sem dúvida, o serviço da caridade atrai muitos jovens, assim como me atraiu um dia ao seio da Igreja, porque o encontro com os mais necessitados é um lugar privilegiado de encontro face-a-face com o próprio Cristo que sofre e assume nossas dores. Além disso, o jovem sente a necessidade de fazer algo que o faça sentir-se útil ao próximo. Daí nada melhor do que o serviço ao próximo mais necessitado, não só de bens materiais, mas de alguém que o ouça e entenda a sua situação.
Isso tudo pode simplesmente parecer somente assistencialismo, na compreensão de alguns, mas lembro-me de que a maioria de meus amigos que iniciaram juntos a caminhada na Igreja foram indelevelmente marcados por essa experiência que é parte da nossa vivência cristã e que, de alguma forma, deve ser resgatada e apresentada aos jovens como proposta evangélica e porta de entrada para entender-se mais ainda os mistérios que Deus coloca em nossa frente como proposta de uma caminhada cristã compromissada, séria e autêntica, com Cristo e sua Igreja.
Fonte: Primavera do mundo
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