Maria Madalena que seguia Jesus em suas caminhadas e acompanhou todo o martírio daquele que a libertou e a amou de uma forma nova, diferente e ainda esteve ao pé da cruz, estava angustiada.
Para ela a ausência de Jesus e a Lei que impedia atividades aos sábados era uma tortura e ela desejava ir ao túmulo onde Jesus fora sepultado. Nem esperou o domingo amanhecer e, ainda de madrugada, vai e encontra o túmulo aberto e vazio. Não encontra o Senhor.
Ninguém esperava a Ressurreição. Para os discípulos, a Cruz era o fim da esperança, a maior desilusão possível. Se somarmos a isso o fato que todos os Doze traíram Jesus (ou por dinheiro, ou por covardia), podemos imaginar o ambiente pesado entre eles naquela manhã do domingo. É nesse instante que chega Maria Madalena com a notícia de que o túmulo estava vazio.
Pedro e João correm para o Sepulcro e constatam que realmente está vazio e vêem as vestes que cobriam o Senhor, abandonadas. Essa constatação foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi registrada por eles. João afirma em sua 1ª epístola: - O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam, isto atestamos (1 Jo 1,1-2). Eles não entenderam o que houve, mas, "viram e creram. Esse foi o primeiro passo para o reconhecimento da Ressurreição, uma vez que, segundo a lei, duas deveriam ser as testemunhas (Dt 19,15).
Neste domingo iniciamos o Tempo Pascal, a grande festa Cristã, que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo, o maior acontecimento da história. Pelas suas chagas e sua morte fomos curados; pela sua ressurreição entrou a Salvação no mundo. A Igreja e todos os fiéis cristãos se alegram, cantando as Aleluias do dia da ressurreição.
Se a ressurreição de Jesus não tivesse ocorrido, a mensagem do Evangelho não estaria completa, pois é a partir da ressurreição que se fortalecem as demais doutrinas básicas da fé cristã.
Assim, a ressurreição é a vitória de Cristo sobre a morte, mas é também a vitória da Igreja Católica Apostólica e a vitória de todos os homens de fé, em todos os tempos, evento que fortaleceu a crença na imortalidade da alma e na vida eterna.
Com um relato completo da palavra inspirada de Deus, junto com a visão histórica que foi escrita pelos homens, é impossível a humanidade negar a ressurreição do Nosso Senhor. Ainda assim há os que negam este fato e é alarmante saber que há muitas pessoas que acreditam na ressurreição, mas falham em perceber a sua importância.
E como Jesus agüentou a tentação e superou o pecado vivendo acima do pecado (1 Pe 2, 22-23), e como por meio de um homem o pecado chegou neste mundo trazendo a morte (Rm 5,12), quando foi crucificado Ele teve que superar este obstáculo, e, colocado no túmulo, no terceiro dia voltou conquistando a morte e demonstrou que nenhuma força na terra poderia impedi-lo de derrotá-la. (1 Cor 15, 26).
Hoje, quando olhamos para o mundo ao nosso redor, é fácil não acreditar na vitória da vida sobre a morte. Há tanto sofrimento e injustiça - guerra, violência, corrupção endêmica, saúde e educação sucateadas, destruição desenfreada do meio-ambiente, sem falar de desastres naturais com terremotos e tsunamis! Só uma experiência profunda da presença de Jesus-Libertador no meio da comunidade poderá nos sustentar na luta por um mundo melhor, com fé na vitória final do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado.
Que a mensagem da Ressurreição, da vitória da vida sobre a morte, nos anime e dê força, especialmente quando a Cruz pesar muito em nossas vidas.
Raul Monteiro
fonte: Jornal Voz de Nazaré
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