Muitas luzes e coloridos enfeitam as ruas, casas e cidades em todo o mundo e, aqui, em nossa Arquidiocese, além das atividades litúrgicas e pastorais, também os Festivais de Presépios e de Cânticos Natalinos, o Concurso de Presépios, culminando com o Auto de Natal, contagiam a cidade com feliz expectativa que envolve todos os cristãos na preparação para a grande “festa das luzes”, cujo sentido está em tornar visível “o sol nascente que nos veio visitar”.
A grande expressão que ressoa em todo canto será proclamada com força e destaque nas nossas liturgias: Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade. Assim deve ser a festa do Natal: a Deus se dá a glorificação que é devida: “Emanuel, Deus conosco” quis se fazer próximo de nós e, como Deus, presente, amigo dos homens e viver entre nós, experimentando em sua própria carne a realidade humana. Fez-se semelhante a nós em tudo exceto no pecado. Aos homens, o fruto da experiência de intimidade com o Senhor: Paz na Terra aos homens de boa vontade.
É impossível ao homem passar pela contemplação da Encarnação de Cristo sem que se deixe tocar por tão excelso mistério. Sem que se deixe mergulhar em tão profunda experiência de gratuidade e amor traduzido em doação. Doação que ultrapassa a idéia de doar coisas e se plenifica com a doação de si mesmo. A paz é, sem dúvida, o maior de todos os dons trazidos pelo Cristo no Natal. Nascido em lugar pobre, numa manjedoura, sem lugar para Ele naquele vilarejo, Ele nos ensina que não se fazem necessárias tantas coisas materiais para que o homem seja feliz. Ele precisa apenas encontrar lugar no coração humano, como encontrou no de Maria e de José.
Vamos, pois, continuar nos preparando para a festa do Natal com a nossa vida aberta ao Mistério da Encarnação e encontrando o Senhor em cada pessoa de quem ele se fez irmão.
Que a grande festa das luzes ilumine nossa experiência e nos permita ser luzes para que a luz do Natal, o Cristo menino, dissipe as trevas do ódio e da violência, distribua entre nós o dom da paz e nos faça conscientizar que a paz é dom, mas é também tarefa humana. Deus nos dá a paz como um dom e nós a fazemos acontecer como tarefa e responsabilidade de quem se sabe partícipes do mistério da criação e colaboradores na missão de construir o novo.
Rezemos com Maria na alegre expectativa do Cristo que vem: “Maria, Virgem Grávida, Virgem do SIM fecundo: nestes dias que antecedem o nascimento de teu Filho, nós queremos acompanhar-te; queremos estar contigo e para aprender de ti a levar a Deus conosco e deixarmo-nos transformar por Sua presença. Nossa Senhora do Ó, nós te pedimos que ao acompanhar-te, sejas Tu quem interceda por cada um de nós, para que possamos celebrar o Natal cheios da presença de teu Filho em nossas vidas. Maria, Virgem Mãe, mulher da espera confiante, pede por nós para que neste Natal todos possamos ficar mais perto de teu Filho, e assim sermos capazes de recomeçar, de perdoar e ser perdoados, de voltar a amar, e ser curados interiormente, para celebrar e viver a vida de Deus em nós. Maria, Virgem Mãe do silêncio eloquente, ajuda-nos a celebrar este Natal tendo teu Filho como centro de nossas vidas. Maria, pede por nós, agora e sempre. Amém.”
Dom Orani João Tempesta
fonte: CNBB
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