Por conta dos recursos que a internet oferece à pessoa estudiosa, as enciclopédias estão pouco manuseadas. Há uma, porém, que não perde o seu valor como fonte de verdadeira sabedoria para o cristão: a Bíblia! Nela ele encontra magníficos ensinamentos não só para a sua cultura religiosa, mas também como caminho para uma autêntica prática cristã. A Bíblia é a cartilha, a gramática, a enciclopédia que corretamente norteia o ser humano, nas sua múltiplas dimensões. Não importa que tenha surgido num passado tão distante e tenha sido escrita por gente que viveu em contextos tão diferentes do nosso. O que a faz sempre atual é a sua Palavra eterna, por isso sempre moderna e capaz de enriquecer homens e mulheres, crianças, adultos e idosos. A bíblia é educativa ontem, hoje e sempre.
Entretanto, apesar de ser uma luz para pessoas de perfis tão variados,a leitura bíblica tem suas exigências e não consegue ser fecunda se faltam alguns requisitos. Antes de tudo, ela precisa ser contextualizado, isto é, a necessidade de situar o fato no ambiente em que aconteceu – observadas as circunstâncias que muito condicionam a experiência humana. Preferentemente tal leitura deve ser feita em comunidade, porque, “se dois ou três se reúnem em meu nome, estarei no meio deles”. Enfim, não basta a simples interpretação do texto. É necessário posterior aprofundamento e questionamento que motivem uma adesão vivencial, promovendo uma conversão em nível existencial. Se não há mudanças de vida, a Palavra caiu em terreno ingrato. Valeu como uma fina camada de verniz que perderá o brilho em curto prazo.
Com o mês da Bíblia, a Igreja nos dá a oportunidade de recarregar as baterias para uma intensa ação evangelizadora em nossa sociedade surda à palavra de Deus e cega aos perigos que a ameaçam.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo de Salvador
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